31.3.06

Entre aspas III

"If only God would give me some clear sign! Like making a large deposit in my name in a swiss bank." - Woody Allen

30.3.06

Curb Your Enthusiasm S03 Ep08

Um dos melhores episódios da série de Larry David. Krazee-Eyez Killah.

Recomendação IV

Um episódio dos Simpsons escrito por Ricky Gervais. Gostava de ter posto aqui um link do episódio mas não encontrei. Procurem, vale a pena. Hilariante.

29.3.06

Quem dá o que tem...

Grande jogo de futebol albergou ontem o Estádio da Luz. Um Barcelona verdadeiramente galático e um Benfica esforçado, muito esforçado. O nulo não espelha as emoções vividas de um lado e de outro. Soube a pouco. Ficou a ânsia de ver mais qualquer coisa. Para que lado pendia a balança... Se para a avalanche atacante e qualidade futebolística vinda de Barcelona, se para a marotice reguila do Benfica. A água terá que ficar na boca até à próxima quarta-feira. Aconteça o que acontecer, o orgulho que acho que todos os benfiquistas sentem é imenso. Por mim, se parasse por aqui, ficaria satisfeito. Mas não pára. Há, pelo menos, mais noventa minutos para ver (leia-se sofrer.) Espero não morrer já neste, mas se morrer morro de amor...

Alegoria do Palerma

Hoje apetecia-me ir outra vez até lá. Ir até lá e ficar até ao fim do dia. Deve ser do sol, deve ser da adiantada primavera que me lembra outros verões. Ou do cheiro, a novo, a fresco. Ou do ar leve, solto, fácil de respirar. Ou dos bons tempos passados. Ou saudades de sentir o sol: Eu, deitado de barriga para cima; Ele, a obrigar-me a fechar os olhos e a pensar. Ou saudades do som de quando a areia arranha as ondas que gemem e fogem para depois, tal como eu, voltarem. Ou secalhar por tudo isto ao mesmo tempo. Ainda assim, falta-me sempre qualquer coisa.

A Morte II

Sei hoje como vou morrer. Prostrado no chão com um pernil esticado. O olhar assustado. A intermitência das luzes da televisão no escuro. Agarrado ao peito, com as duas mãos. E em voz-off o relato da minha morte. No dia de um qualquer jogo do Benfica.

26.3.06

Controvérsia II

Li hoje, apesar de saber que é informação atrasada, que J. K. Rowling - autora dos inenarráveis Harry Potter (dos quais tentei ler o primeiro e por favor...) - contas feitas ganha 600 euros por palavra. Fiquei abismado. Isso faria com que eu, por esta altura do post, tivesse amealhado vinte seis mil e quatrocentos euros. Sim, dei-me ao trabalho de contar! Podem confirmar... Ou se calhar não contei, também ninguem vai confirmar... Ou vai? Eu confimava. Mas, para mal do meu destino, não nasci com a imaginação da senhora (e a sorte). Não que me ache um génio mas, bem ditas as coisas, a senhora também não o é. E quantas palavras apagará ela por frase e por página, quantos euros desperdiçará??? Já me serviam as folhas amarrotadas que J. K. tenta encestar no caixote e não consegue. Palavras valiosas essas. Estranhamente, esta "conversa" levou-me aos tempos de liceu e aos silogismos: Se uma palavra vale seiscentos euros. E uma imagem vale por mil palavras. Logo...

25.3.06

Entre aspas II e Desembucho III

"O coração tem sempre razão" diz o novo anúncio da Alfa Romeo. E repito eu.

Recomendação III (hoje, RTP, 23h e 15m)

«Falling Down»
"You think I'm a thief? You see, I'm not the thief. I'm not the one charging 85 cents for a *stinking* soda! You're the thief. I'm just standing up for my rights as a consumer."

23.3.06

Vitória de quê?

"Joga-se muito mal..." Palavras do comentador do jogo que opôs o Vitória de Setúbal ao Vitória de Guimarães, nas meias finais da Taça de Portugal. "Quem vir este jogo pela RTP Internacional não vai ficar com grande ideia do futebol português" acrescenta o convidado. E realmente foi deprimente. A sorte deles, ou o meu azar é que o resto da televisão também não é muito apelativa. E ainda se diz que há pouco publico no futebol português. Eu discordo. Tem claramente excesso de espectadores. Acho que com este tipo de jogos só as familias dos intervenientes deveriam estar presentes. E aposto que mesmo assim alguns sairiam antes do apito final do arbitro. Todos para alem desses mereceriam uma medalha. A verdade é que nenhuma das equipas tentou fazer jus ao seu primero nome. O que vale é que ganhou o menos mau ou o que mais lutou. E assim teremos o Vitória de Setúbal na taça Uefa do próximo ano. Não desejo boa sorte porque dá azar, em vez disso grito bem alto um teatral MERDA! MUITA MERDA!

Controvésia I

Vi. Revi. Quase que re-revi. E aqui o digo, sem a mínima dúvida: Não gostei do Vanilla Sky do Cameron Crowe. Por um lado, esteticamente é um filme bastante atractivo, a nível de actores o saldo é claramente positivo mas para mim o maior destaque vai, sem dúvida, para a banda sonora que é incrível. Por outro lado, falha redondamente, tentando ser um filme complexo acaba numa confusão pegada, a tentativa de ser estranho e o acabar por ser quase medonho. Acho que o filme não se define minimamente, começando como um romance, passando por drama, chegando ao suspense e terminando (mal) em ficção cientifica. A tentativa de elucidar o espectador no final falha redondamente. Mais valia ter acabado o filme meia hora antes e nem sequer tentar explicar. Agora vou comer qualquer coisa para tirar este sabor a baunilha da boca.

Se7e Pecados Mortais (parte V) Gula

22.3.06

Desembucho II

A prima vera faz-me espirrar!

Comentário aos Comentários

(fotografia gentilmente cedida por Élcio Chiquinato)
É sempre bom termos notícias daqueles de quem gostamos e é sempre um prazer relembrar as peripécias passadas, enquanto esperamos pelas novas. Aqui fica um lembrete desta GRANDE pessoa, de quem eu tenho especial orgulho em ser amigo e que toda a gente que conhece o guarda com afeição. É sempre bom ver-te (leia-se, ler-te.) Bem vindo sejas e volta sempre.

21.3.06

Reminiscências I

È saltata la molla.

A Morte

Z - Haverá vida depois da morte?

X- Depois pouco me interessa. O que me interessa é se há vida antes.

Z - Como assim?

X - Se for para morrer é para morrer em grande.

Z - Queres um funeral como o da irmã Lucia? Ou seres sepultado nos Jerónimos?

X - Não. Nada disso. Quero, quando morrer, que olhem para mim e digam: "Olha, ao menos divertiu-se" Não quero morrer no hospital, ligado as máquinas. Prefiro ser atropelado. Levar com um carro. PUM! E ficar logo ali...

Z - Eu preferia morrer em casa. Na cama. Perto dos meus...

X - Que deprimente. Nem sequer sabes morrer.

Z - É mais bonito assim.

X - Podes sempre escorregar e cair de uma ribanceira ao por-do-sol... Isso seria bonito.

Z -Parvo!

X - Eu não. Não quero morrer na cama, nem no ginásio, nem na consulta de check-up, nem na secção de legumes do supermercado. Para morrer, quero morrer estendido, em casa, sozinho, com o fato gasto, desarranjado e cheio de nódoas, jornais amarelos espalhados pelo chão, coberto de embalagens de fast-food, com um cigarro partido, meio aceso no canto da boca, dois cheiros de coca em cima da mesa e um copo de whisky na mão. Para quando me encontrarem dizerem "Bonito serviço que aqui está."

Z - Rica prenda que tu me saíste.

X - Ou isso.

Se7e Pecados Mortais (parte IV) Ganância

20.3.06

Entre aspas I

"Quanto mais vou sabendo de ti, mais gostaria que ainda estivesses viva. Só dois ou três minutos: o suficiente para te matar." MEC

Senhoras e Senhores,

É com especial honra que apareço referenciado aqui. Espaço nobre, de um velho amigo de fala tartamudeada, mas de escrita bem fluente e decidida.

Desembucho I

Há dias em que apetece berrar baixinho que não há nada para dizer.

16.3.06

São Gregório, o santo decapitado. Dia I (ou entre as dez da noite e as não-sei-quantas)

Fazer a mala. Arrancar. A longa viagem. A ânsia de não saber para o que se vai e a certeza de que vai ser bom. Restaurante, a carroça já lá vai. Beber, comer, falar, beber. Chegar. A constatação de que é bom ou secalhar, melhor do que pensava. Pousar as coisas. Respirar fundo. Beber, tentar apanhar a carroça. O Tarro. Boa disposição. As conversas perdidas, umas por cima das outras. Simpatías regadas com bastante cerveja e vinho. O Quarto 12. Os amigos. A má vida. Beber. Música. Beber música. O quarto 12. A má vida que se tranformou em boa. Ultrapassar a carroça. Nasceram o dia, o sol e os outros. Morreu a música. Ausência de razão ou pensamento. Muito pouca memória mas mais uma vez a certeza que foi bom. Quarto 10. Quarto 12. Dormir, não. Desmaiar.

Recomendação II

Quentin Tarantino presents"Sick, Twisted, Discusting and Absolutely Brilliant"

Se7e Pecados Mortais (parte II) Ira

Representar por Caracteres ou Sinais Gráficos

Escrevia uma página. Relia-a. Cortava logo alguns parágrafos. Voltava a lê-la. Tirava algumas frases. Depois ia às palavras. Reparava na inutilidade de muitas. Extraía-as. O que se encontrava após uma vírgula também podia desaparecer. Um ponto e vírgula geralmente indicia a ineficácia das frases que une, e eram retiradas. Continuava assim durante algum tempo. Se não fosse roubarem-lhe a página, restaria uma palavra. Ou talvez nada. Ele precisava tanto de escrever como de apagar o que escrevia.

Quartos-de-final de uma outra prova qualquer

«O Benfica não pode desistir». Esta frase de Luisão na conferência de imprensa e a ausência de Koeman da mesma, são prova incontestável de quem é líder no clube, de quem luta, se esforça e acredita até ao fim. Só esses interessam ao Benfica, como só esses ficarão na história do clube.

15.3.06

Recomendação I

Alguns dos maiores standards da melhor canção de texto portuguesa, interpretados pela voz cheia e ondulante de Paula Oliveira e pelo fascinante contra-baixo de Bernardo Moreira num ambiente jazz intimista. Música portuguesa que merece os nossos tostões.

Se7e Pecados Mortais (parte I) Inveja

O porquê de tão estranho nome

No seu octogésimo aniversário, Bertrand Russell ofereceu um conselho típico de longevidade. Recomendou "um hábito hilariante de controvérsias olímpicas", que nos mantivesse ocupados e longe de todo o tipo de excessos - excepto fumar. controvérsia: do Lat. controversia s. f., discussão regular sobre assunto literário, científico ou religioso; contestação; impugnação de argumentos. olímpica: fem. plu. de olímpico, fig. nobre; respeitável. Acabadas as introduções e apresentações... Bem vindos e comentem...

E Vem-nos à Memória uma Frase Batida

Procurei a definição de blog pela internet e a que me pareceu mais interessante foi "diário pessoal e público". Fiquei confuso. Das duas uma. Agora pessoal e público? Já não sabia se queria fazer isto. Mas cá estou. Mais ou menos contrariado. Sem continuar a perceber porque expomos assim os nossos pensamentos ao desconhecido, ao estranho. Seremos exibicionistas? Ou achamos todos que temos alguma coisa a dizer, mas disfarçamos por detrás da nossa abertura de blog quando, com discursos de (falsa) modéstia sobre a nossa escrita ou os nossos argumentos, dizemos que nao temos nada a dizer, nem muito menos sabemos escrever? De qualquer maneira, de agora em diante (veremos que diante), estarão aqui expostas as minhas opiniões sobre o que eu achar interessante. Assim se faz um blog, sem saber ler nem (muito menos) escrever...