21.3.06

A Morte

Z - Haverá vida depois da morte?

X- Depois pouco me interessa. O que me interessa é se há vida antes.

Z - Como assim?

X - Se for para morrer é para morrer em grande.

Z - Queres um funeral como o da irmã Lucia? Ou seres sepultado nos Jerónimos?

X - Não. Nada disso. Quero, quando morrer, que olhem para mim e digam: "Olha, ao menos divertiu-se" Não quero morrer no hospital, ligado as máquinas. Prefiro ser atropelado. Levar com um carro. PUM! E ficar logo ali...

Z - Eu preferia morrer em casa. Na cama. Perto dos meus...

X - Que deprimente. Nem sequer sabes morrer.

Z - É mais bonito assim.

X - Podes sempre escorregar e cair de uma ribanceira ao por-do-sol... Isso seria bonito.

Z -Parvo!

X - Eu não. Não quero morrer na cama, nem no ginásio, nem na consulta de check-up, nem na secção de legumes do supermercado. Para morrer, quero morrer estendido, em casa, sozinho, com o fato gasto, desarranjado e cheio de nódoas, jornais amarelos espalhados pelo chão, coberto de embalagens de fast-food, com um cigarro partido, meio aceso no canto da boca, dois cheiros de coca em cima da mesa e um copo de whisky na mão. Para quando me encontrarem dizerem "Bonito serviço que aqui está."

Z - Rica prenda que tu me saíste.

X - Ou isso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Genial!!!AO principio pensei que fosse de um filme do tarantino, depois de um livro do Jack Welsh, mas depois reparei que era do Xina, Xina, Xina, Xina.Acho que estou a ficar viciado.....FAZ MAIS!QUERO MAIS....acaba a merda da historia ouviste....se nao envio-te um virus em forma de comentario e seras conhecido como literatura de casa de banho...grande abraço e nao te esque ças de me dar a dose literaria.Ci vediamo.

Anónimo disse...

divinal! morreria contigo na boa