29.4.06
Entre aspas IX
"Não me aborreço porque o mundo não tem imaginação; aborreço-me porque eu não tenho imaginação. A ficção é, assim, em primeiro lugar, uma iniciativa mental (a literatura que sai da «alma» e de outros órgãos ainda mais improváveis parece cometer o pecado inicial, perdoe-se a expressão, de partir da canalização errada), sendo pois a ficção uma iniciativa mental é, pela própria natureza da sua origem, interminável: podemos tentar contar o número de coisas possíveis, mas nunca poderemos contar, até ao fim, o número de possíveis invenções de coisas muito improváveis ou impossíveis – felizmente para a ficção, infelizmente para nós, morreremos antes." Gonçalo M. Tavares, Jornal de Letras
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